Saudade é uma bicho solto correndo na mata num dia de chuva, é sentir o calor consumir lentamente a pele molhada, é trocar um dia de sol por uma noite gelada e deixar todos os seus sonhos embaixo da almofada.
Um teto azul não é um céu estrelado.
Desejo um passo de cada vez.
Meus sonhos não se limitam a quatro paredes, mas minha saudade é verde. Verde folha, verde da mata, verde da cor de um quarto vazio onde velo lembranças de mais uma noite de saudades.
O nosso amor é como um grão, é uma semente de vulcão.
Brota dentro do peito, erupção descontrolada, brinda e brinca a cada bombear do sangue que a rega e foge a cada toque de mãos num corpo confuso onde a duvida dilacera em pedaços um solitário coração.
O nosso amor é um barco sem remo, nem velas no meio do oceano. É a exclamação antes de cada interrogação. É o lapso do gozo antes de voltar a tona.
Prostitua teus sentimentos, renega tua carne, mas não sinta pena de si mesma quando suas lembranças tornar-sem uma parede verde e seus sonhos se limitarem a sua cabeça.
3 comentários:
que delícia de texto.
lapso do gozo.
isto fica.
latente.
em cada verso
de momento.
em cada poesia
vivida.
"Saudade é uma bicho solto correndo na mata" Ai! Bateu direto em mim!
Todo o poema, sentido!
Um cheiro!
Gosto de verde, mas não de uma saudade que não posso matar... Qual seria a cor da pena...!?
As vezes o tempo pode curar efeito de atos.
E às vezes ele é o efeito de um não-ato.
Nesse caso a pena seria a corrente que impede a liberdade de voltar atrás e agir!?
...
Espero que esse texto seja um ato que cause efeito.
Lindo viu?!
rs
:***!!!
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